top of page

Somos péssimos pais...

  • Juliana Doyle
  • 28 de jan. de 2016
  • 3 min de leitura

Somos péssimos pais...

Juliana Doyle

Você, que assim como eu é pai ou mãe da geração Millennium já deve estar cansado de receber textos sobre como somos péssimos pais. Não sabemos impor limites, não ensinamos o que é esforço, damos presentes demais no lugar de presença, entupimos nossos pequenos de junk food, não ensinamos a comer na mesa, a dormir na própria cama, a respeitar os mais velhos, substituímos brincadeiras por ipads, ipods, iphones, terceirizamos a educação da nossa prole.... Quando não somos ausentes, somos presentes demais, sufocantes, não damos autonomia, e já recebemos até um apelido curioso: pais helicóptero. Já ouviram falar? Depois eu explico.

Hoje vim fazer justiça! Não sei se sou privilegiada, mas os pais com quem convivo são excepcionais. Matam um leão por dia para conseguir construir uma infância saudável e cheia de afeto para seus pimpolhos. Os que não são mestre cucas aprendem a cozinhar, compram quilos e quilos de sacolão para darem aos seus filhos, cumprem uma jornada absurda de trabalho e quando chegam em casa, em vez de se jogarem no sofá, brincam, rolam no chão, dão banho, jantar, contam história, ufa! Dormiram... Os privilegiados ainda contam com ajudantes. Melhor dizendo, empregada ou babá mesmo, porque acho uma grande bobagem esses eufemismos. No entanto, essas se profissionalizaram tanto (o que é louvável e positivo) que batem o ponto e mal esperam para lavarmos as mãos sujas de rua e de trabalho. Bem diferente daqueles anjos que habitavam nossas casas e devotaram suas vidas a ajudar nossos pais a nos criarem. Não acho que tenha que voltar a ser assim, mas que a ajuda era dotada de muito mais afeto e devoção... Ah! Isso era!

Fim de semana? Saídas na sexta à noite? Ficou para a história. Se não fossem os avós que vez ou outra se dispõem a dormir com os pequenos... Mas tudo bem. Aprendemos a curtir nossas casas e a assistir nossas séries favoritas até altas horas da madrugada. Salve, salve o Netflix!

E as carreiras! Tão sonhadas, planejadas, desenhadas. Em muitos casos tomam rumos inesperados. Ok, na maioria dos casos a das mães. Como diria minha mãe: desde que o mundo é mundo somos nós mulheres que pagamos o pato.... Mas isso é assunto para outra crônica....

Já repararam como as mães de hoje são magrinhas? E não é fruto de horas de academia não! Acham que é fácil criar crianças que já não podem brincar na rua, que possuem 2027 canais de TV, Netflix, tecnologia sem fim e on demand? Bom mesmo seria voltar no tempo, quando o dia rendiiiiiaaa, as famílias moravam juntas, na mesma rua, os primos eram como irmãos, todo mundo ia se ajudando. Almoço na casa de um, café na casa do outro, as mães tinham o direito de serem mães, sem aquele olhar da sociedade: “Como assim? Ela parou de trabalhar SÓ para cuidar dos filhos?” As crianças viviam em bando e o turno depois da escola prometia grandes aventuras e descobertas. Sempre achei que bichos e crianças não foram feitos para gaiolas, mas infelizmente, é a opção que nos resta. É... hoje acordei um pouco amarga. Mas vai passar...

Portanto senhores psicólogos, sociólogos, filósofos e afins. Parem de nos criticar! Nosso esforço é homérico!! O mundo como ele está é que não tem ajudado.


 
 
 

Comments


Posts Destacados 
Posts Recentes 
Siga
  • Facebook Long Shadow
  • Twitter Long Shadow
  • YouTube Long Shadow
  • Instagram Long Shadow
Meus Blogs Favoritos
Procure por Tags

Keyhole

.Orgulhosamente criado com Wix.com

  • Facebook Clean Grey
  • Instagram Clean Grey
  • Twitter Clean Grey
  • YouTube Clean Grey
bottom of page