Então é Natal!

Então é Natal...

Este Natal vai ser diferente...

Pra começo de conversa não vou pisar no shopping. Vou fazer cookies artesanais, integrais, orgânicos com meus filhos. Não. Peraí. Bela Gil demais! Vou usar o que tiver em casa mesmo, com açúcar e com afeto... - e embrulhá-los em lindas marmitinhas de alumínio com decorações natalinas tropicais, bem brasileiras e distribuí-las de presente às professoras (são tantas!), zeladores, secretárias, vizinhos e quem mais se fez essencial para que eu chegasse viva ao fim do ano.

As confraternizações de Natal serão distribuídas ao longo do ano para evitar que minhas olheiras cheguem aos pés e garantir que meu fígado permaneça inteiro até o dia 25 de dezembro depois de tantos tintins.

A árvore de Natal será montada logo no início de dezembro, com muita harmonia familiar e prometo que nenhuma bolinha será retirada pelas crianças (Sei...). Aliás, não haverá bolinhas! Os enfeites serão feitos por meus filhos. Ficarão lindos, criativos, heterogêneos (interativos? Não precisa de tanto, né?).

Durante o mês de dezembro vou fazer exercícios espirituais diariamente para não me afetar pelo mau humor das pessoas que não vêem a hora de entrar de férias, pela loucura do trânsito, pelas tragédias anunciadas causadas pelas chuvas torrenciais, por mães e pais à beira da loucura com seus filhos em casa (dá-lhes colônia de férias.... coitados!). Os meninos também precisam de descanso! Eu sei, eu sei... tem hora que é a única saída, mas vale fazer uma forcinha, pedir uma mãozinha para as avós, para a vizinha, para aquela amiga que é professora e tira férias COM as crianças (e não descansa nunca...). Um pouco de ócio criativo vai fazer muito bem a eles. No meu tempo meus pais me mandavam para a fazenda dos meus avós junto com uns 35 primos na mesma situação (pais trabalhando e crianças de férias). Todos sobrevivemos e lembramos de tudo com enorme saudades...

Prometo ensinar aos meus filhos a verdadeira história do Natal e que papai Noel é secundário, que ele é legal, mas que ele tem nos deixado um pouco enlouquecidos. Vai explicar para seus pequenos porque é que o papai Noel de um shopping é magro, rabugento e mal humorado (também... com o calor que ele deve sentir!) e o do outro é lindo, gordo, loiro de olhos azuis e com bochechas em formato de cereja (também com aquele ar condicionado polar!). E vai explicar também como o mundo é injusto e porque algumas crianças não tem onde guardar tanto brinquedo, enquanto para outras o Natal é um dia como outro qualquer. Dia de frio, de fome, de desilusão.

Prometo, acima de tudo, não me render à via sacra natalina arrastando comigo meus pobres pequenos madrugada adentro e visitando todos os parentes que insistem em fazer ceias de Natal no mesmo dia, ao mesmo tempo, com a mesma importância. É... filha de pais separados sofre....

No dia da ceia prometo beber bem mais água que vinho, comer muito mais salada que peru com farofa e fio de ovos (quem lançou essa moda, gente?) e, o principal, experimentar aquele pudim de gabinete que ano vai ano vem sempre esta lá! Enorme, imponente e intocado...na mesa de Natal das melhores famílias (a minha é sem dúvida uma delas!). Tenho lá minhas desconfianças de que o pudim é o mesmo há algum tempo...

O dia 25 quero passar de pijama e pantufa - rola uma nevezinha lá fora? Não! Ok. Vai sem mesmo - com meus parentes mais queridos. E ai de quem resolver fazer Natal dia 26... Mas tem uma coisa que não quero mudar. As luzes Natalinas pelas praças, prédios e casas da cidade. Isso eu acho lindo demais!